Mesmo com impostos, Shein ainda é mais barata que comércio brasileiro, diz BTG

Os preços da Shein ficaram mais próximos dos concorrentes brasileiros após a adoção do novo sistema de importação para compras no exterior. Um estudo do BTG Pactual comparou o preço de uma lista de roupas e acessórios na plataforma chinesa com três grandes nomes do varejo de moda no Brasil: C&A, Renner e Riachuelo.

A pesquisa, realizada em outubro de 2023, mostrou que a lista de compras na Shein é 26% mais barata que a Renner, 22% abaixo do preço da Riachuelo e 17% inferior à lista na C&A. Em abril, quando a mesma pesquisa foi feita, os preços da Shein eram 40% menores que os praticados pela Renner.

“Comparando com os resultados de abril, a diferença de preços entre a Shein e as outras empresas ficou mais estreita”, diz o relatório do BTG. Confira a comparação completa:

Preço dos varejistas (R$) – Outubro 2023

Peças Shein C&A Riachuelo Renner
Vestido R$ 39 R$ 90 R$ 100 R$ 80
Jeans R$ 140 R$ 140 R$ 130 R$ 160
Jaqueta R$ 162 R$ 190 R$ 180 R$ 200
Saia R$ 50 R$ 90 R$ 50 R$ 100
Suéter R$ 73 R$ 110 R$ 140 R$ 120
Camiseta R$ 36 R$ 26 R$ 30 R$ 40
Botas R$ 150 R$ 150 R$ 125 R$ 160
Bolsa R$ 42 R$ 40 R$ 130 R$ 80
Total R$ 692 R$ 836 R$ 884 R$ 939
BTG Pactual

Segundo o relatório, a alta dos preços na Shein se deve à cobrança de impostos federais e estaduais. Com o novo sistema, pacotes de até US$ 50 têm isenção de impostos, mas valores acima disso passam a pagar uma alíquota de 60% de imposto de importação, além do ICMS estadual.

Ainda assim, a Shein continua sendo a opção mais barata para comprar roupas e acessórios no Brasil. O relatório do BTG estima que a plataforma chinesa vendeu R$ 7 bilhões no Brasil em 2022. Para efeito de comparação, a Renner anunciou vendas líquidas de R$ 11,5 bilhões no mesmo período.

Produção nacional pode elevar os valores

A Shein também anunciou a intenção de produzir em solo brasileiro 80% das vendas e importar apenas 20% da China. Se essa mudança for concretizada, os preços da plataforma chinesa podem ficar ainda mais próximos dos concorrentes locais.

Combinado com um potencial aumento na taxação, isso pode significar que a Shein vai competir debaixo das mesmas – ou pelo menos mais perto – condições dos produtores e varejistas locais, o que pode levar a preços mais altos”, diz o relatório do BTG.

O estudo do BTG aponta que a alta dos preços na Shein pode beneficiar os concorrentes locais. “A redução da vantagem de preço da Shein pode abrir espaço para os varejistas locais competirem mais fortemente”, diz o relatório.

O BTG nota ainda que essa vantagem da Shein pode ficar ainda menor. Os analistas do banco lembram que a plataforma chinesa anunciou a intenção de produzir em solo brasileiro 80% das vendas e importar apenas 20% da China.

Em 2022, o BTG estima que a Shein vendeu R$ 7 bilhões no Brasil. Para efeito de comparação, a Renner anunciou vendas líquidas de R$ 11,5 bilhões no mesmo período.

Fonte: CNN

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