O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez declarações controversas durante um evento em São Paulo, nesta quinta-feira (19), ao questionar o uso crescente de carros elétricos no Brasil. Zema argumentou que a adoção massiva desses veículos pode resultar em perdas significativas de empregos no setor automotivo e defendeu veementemente a opção por automóveis movidos a etanol como uma alternativa mais sustentável.
Zema afirmou: “Temos que lembrar que o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos aqui. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias que pouquíssimos países produzem. Isso implicaria na eliminação de milhões de empregos em uma cadeia produtiva que não teria mais razão de existir, como peças de motor a combustão e escapamentos, que não são usados nos carros elétricos. Isso resultaria na migração de empregos sem levar em consideração os postos de gasolina, concessionárias, entre outros setores afetados.“
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O governador também expressou preocupações sobre a origem da energia utilizada pelos carros elétricos, argumentando que muitas vezes essa energia é proveniente de usinas termelétricas altamente poluentes. Ele ressaltou que o Brasil já possui uma frota considerável de veículos movidos a um combustível renovável, com ênfase no etanol, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor desse biocombustível.
Governador de São Paulo e Governo Federal seguem a mesma linha
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anfitrião do evento, também se pronunciou a favor do etanol, considerando-o um “patrimônio”. Ele destacou o papel fundamental da cana-de-açúcar na crise do petróleo, afirmando que a planta é essencialmente uma “bateria” natural que armazena uma quantidade significativa de energia por biomassa.
O debate em torno do impacto da produção de carros elétricos na mão de obra do setor automotivo não se limita ao Brasil, pois outros países também enfrentam questões relacionadas à redução de empregos devido à automação e produção de veículos elétricos.
No âmbito federal, o governo tem demonstrado apoio a iniciativas voltadas para o incentivo de combustíveis sustentáveis. Em setembro, o governo enviou ao Congresso o projeto “Combustível do Futuro”, que busca promover o uso do etanol como parte dos esforços para descarbonizar a matriz de transportes no país. A análise desse projeto ainda está em andamento e é considerada uma prioridade pela equipe econômica do governo.
Fonte: O Tempo
