Shein acelera nacionalização no Brasil com 330 fornecedores e coleção local

A Shein, varejista chinesa de moda online, anunciou nesta quinta-feira (19) a criação de três coleções voltadas aos consumidores brasileiros. As linhas de roupa incluem peças íntimas, trajes de banho e roupas plus size, como saias, calças e vestidos.

A empresa também anunciou que firmou parceria com 330 fornecedores espalhados em 12 estados brasileiros. O objetivo é que 85% das vendas no Brasil sejam compostas por produtos produzidos localmente até 2026. O plano inclui investimento de R$ 750 milhões no país.

A rápida expansão da Shein no Brasil é vista como uma resposta a taxação de compras internacionais através do programa do Governo Federal Remessa Conforme. A medida já foi implementada e aumentou os custos das importações e dificultar a concorrência da empresa chinesa com as marcas locais.

A Shein já havia demonstrado interesse em produzir no Brasil antes do anúncio do governo. Em março, a empresa abriu um escritório em São Paulo e nomeou o boliviano Marcelo Claure, ex-SoftBank, como presidente do conselho da América Latina.

Claure também liderou as conversas da plataforma de e-commerce com o governo brasileiro durante as tratativas sobre taxação de compras internacionais. O empresário afirmou que a empresa está comprometida com o mercado brasileiro e que pretende criar empregos e oportunidades de negócios no país.

Remessa Conforme e competitividade menor

A Shein aderiu em setembro ao Remessa Conforme, programa do governo federal que isenta de imposto de importação compras até US$ 50. A medida, que tem como um dos focos evitar a entrada de produtos sem os devidos tributos, reduziu a competitividade da marca em relação aos concorrentes brasileiros.

Uma análise do BTG Pactual, divulgada nesta semana, mostra que o programa fez com que os preços médios dos produtos da Shein no Brasil aumentassem 10%. Ainda assim, a empresa segue na liderança do ranking de menores ofertas de preços, com valores 26% mais baixos que a segunda colocada.

Fonte: Folha de S. Paulo

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