6 possíveis efeitos colaterais do uso excessivo de celular

O smartphone está hoje totalmente integrado no cotidiano da sociedade. Ele é um acessório já bastante presente em momentos de comunicação, distração, lazer e trabalho de pessoas de todas as idades.

Por mais que ele tenha facilitado vários aspectos da vida, entretanto, esse dispositivo também carrega alguns problemas. O uso em excesso do celular pode trazer consequências negativas para a saúde mental e até física da pessoa.

Claro que esses riscos dependem de cada caso, o tempo e uso e a combinação do excesso do smartphone com outros fatores. Porém, é importante conhecer algumas dessas possibilidades e se prevenir antes de qualquer problema.

Os riscos de usar o celular em excesso

1. Menor qualidade do sono

Usar o telefone durante a noite e conferir mensagens ou notícias antes de dormir é um hábito comum. Porém, exagerar nesse tempo de tela logo antes de pegar no sono pode atrapalhar bastante a rotina de descanso.

Fonte da imagem: KristopherK/Pixabay

Um estudo publicado em 2013 pela University of Rhode Island mostrou que o uso de smartphones entre adolescentes contribui para reduzir o tempo e a qualidade do sono — o que pode prejudicar concentração e ânimo na manhã seguinte.

uma pesquisa feita na Arábia Saudita mostrou que o contato com o celular depois de desligar as luzes do quarto resulta frequentemente em sono leve, instável e de menor qualidade.

O ideal é não usar o aparelho antes de pegar no sono pelos impactos da chamada luz azul, em especial em cômodos já com as luzes apgadas.

2. Problemas de autoestima

Este caso não está diretamente ligado ao celular em si, mas ao consumo de redes sociais. O uso intenso de plataformas como o Instagram e o contato com conteúdos de influenciadores digitais em excesso pode levar a um desconforto ainda maior em pessoas com baixa autoestima.

Em 2021, a própria Meta, dona do Instagram, admitiu o “efeito negativo” das redes na vida de jovens, além de prometer medidas para reduzir esses efeitos. Até mesmo pensamentos suicidas foram listados como consequências de parte do público que vê publicações em excesso nas redes, a maioria mostrando um padrão irreal de vida.

No Brasil, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostrou que parte do publico fica desconfortável com a “vida perfeita” supostamente levada por pessoas nas redes, além de questões sobre aceitação do corpo, consumismo e padrão de vida.

3. Estresse e ansiedade

Passar tempo demais no celular, por mais que você ache que não está consumindo conteúdos negativos, pode desenvolver ou intensificar condições de saúde mental.

Uma delas é o estresse: um estudo publicado no Paquistão em 2022 mostrou que há correlação entre passar tempo excessivo no celular e níveis mais altos de estresse, além de outras características emocionais desreguladas. Isso acontece por motivos variados, como brigas em redes sociais até perder compromissos ou produtividade pelo uso do aparelho.

a ansiedade está relacionada com as atualizações em mensageiros ou redes sociais, o envio de notificações para o dispositivo, a busca por “curtidas” e momentos em que você está distante do aparelho. Segundo o Pew Research Center, esse é o sentimento mais comum em adolescentes sem o celular, em especial jovens meninas, seguido de “solidão” e “irritação”.

4. Complicações na socialização

Fora as questões de autoestima, depressão e ansiedade já citadas, trocar o mundo real pelo virtual de forma abusiva também prejudica a socialização com quem está ao seu redor.

De acordo com um relatório da Unesco sobre educação, o uso de celular em escolas leva a uma falta de interação entre os alunos. O órgão reforça que as conexões online não substituem a interação humana. Por outro lado, elas podem reduzir “oportunidades dos estudantes de socializar e aprender ao observar uns aos outros”.

Conversar só por mensageiros e redes sociais, em especial no caso de jovens, pode levar também a casos de atraso de desenvolvimento no processo de comunicação, inclusive entre outras crianças.

5. Vício no aparelho

Assim como substâncias químicas, o uso intenso do celular pode levar a um quadro de dependência que gera uma relação tóxica com o aparelho. Além disso, caso a pessoa fique sem o aparelho por algum motivo, há riscos até de comportamentos de abstinência até que ela volte a usar o dispositivo.

Uma publicação da Universidade de Rochester sugere que há sinais de que você talvez esteja no estado de vício.

Os itens incluem nem ver o tempo passar enquanto só checa apps ou navega sem sentido pelo aparelho, ter ansiedade quando está sem o celular, ter “vibrações fantasmas” achando que recebeu notificações e conferir o dispositivo até em situações perigosas ou inapropriadas, incluindo trânsito ou reuniões.

6. Dificuldades cognitivas

Nem mesmo a estrutura do cérebro é poupada pelo uso intenso do celular e o hábito de não largar a tela do aparelho. Há várias pesquisas que relacionam horas e horas sem parar no aparelho com problemas cognitivos, tanto de aprendizado e retenção de conteúdo quanto raciocínio.

Fonte da imagem: Drazen Zigic/Freepik.com

Segundo um estudo de 2017 da Frontiers in Psychology, foram identificados indícios de que o vício em celular pode gerar problemas de atenção e foco. Além disso, ele reduz a habilidade de solução de problemas, regular as emoções e até armazenar memórias.

Já uma pesquisa feita pelo Journal of the Association for Consumer Research cita que o celular faz uma “drenagem cerebral”. Na prática, o uso intenso do aparelho direciona muitos recursos para certas tarefas e prejudica a realização de outros processos básicos de raciocínio.

Fontes: MomJunction, Active SGCircle, Simple Insights

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