EUA processa Adobe por ocultar taxas e dificultar cancelamento de assinaturas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) entrou com um processo contra a Adobe e dois de seus executivos seniores, acusando a empresa de práticas enganosas em relação a taxas de cancelamento antecipado e dificuldades impostas aos consumidores que desejam encerrar suas assinaturas de produtos Adobe.

A ação, movida na última segunda-feira (17), alega que a Adobe direcionava os consumidores para seu plano de assinatura “anual pago mensalmente” sem divulgar adequadamente que o cancelamento dentro do primeiro ano poderia resultar em uma taxa de rescisão antecipada.

Segundo o DOJ, as informações sobre as taxas de cancelamento antecipado eram ocultadas em letras miúdas ou exigiam que os consumidores passassem o mouse sobre ícones minúsculos para encontrá-las.

Samuel Levine, diretor do Bureau de Proteção ao Consumidor da FTC, afirmou em comunicado: “Os americanos estão cansados de empresas que escondem informações importantes durante o processo de assinatura e depois criam obstáculos quando tentam cancelar. A FTC continuará trabalhando para proteger os americanos dessas práticas comerciais ilegais.

A Adobe ainda não se pronunciou sobre o caso.

Adobe sofre processo após série de reclamações

A Comissão Federal de Comércio (FTC) informou que tomou medidas contra a Adobe após receber inúmeras reclamações de consumidores em todo o país que alegaram não ter conhecimento da taxa de cancelamento antecipado da empresa. A FTC também observou que a Adobe continuou com a prática, mesmo ciente da confusão dos consumidores.

Além das taxas ocultas, a FTC alega que os consumidores que tentavam cancelar suas assinaturas enfrentavam outros obstáculos, como ligações e chats interrompidos e transferências para vários representantes de atendimento ao cliente.

A ação da FTC ocorre após uma onda de indignação dos clientes com os termos de serviço da Adobe. Os usuários estavam preocupados com a linguagem vaga da empresa, que sugeria que a Adobe poderia usar livremente o trabalho dos clientes para treinar seus modelos de inteligência artificial generativa. Em resposta à reação negativa, a Adobe anunciou atualizações em seus termos de serviço para fornecer mais detalhes sobre áreas como IA e direitos autorais.

Fonte: Reuters